Vi, recentemente em alguns blogs e sites que abordam o assunto cinema associado às crianças, um grande “auê” em relação às princesas Disney e como o conceito de donzela indefesa tem caído em desuso e cada vez cria-se filmes em que o “amor verdadeiro” está relacionado ao amor de outra mulher. Bom, eis a minha opinião:
Eu cresci amando as princesas da Disney e querendo ser como elas: lindas, fortes, bondosas, corajosas... Não vejo mal algum em ter crescido com esses conceitos morais. Quanto à mudança da personalidade das princesas, os tempos são outros e tinha que haver essa mudança para atrair novas admiradoras em um tempo em que as mulheres já são tão fortes e independentes.
Se analisarmos bem, o filme “Branca de Neve e os sete anões” foi lançado em 1937 (nossa!!!!), e de lá para cá os tempos mudaram, as mulheres conquistaram um espaço muito importante na sociedade e não há mais a necessidade de retratá-las indefesas como neste filme especifico, em que tudo gira em torno do encontro com o príncipe. Hoje, as mulheres também têm mais o que fazer do que esperar pelo príncipe encantado!! Rsrsrs! Elas trabalham, estudam, sonham e conquistam muito mais do que na década de 40, não é mesmo? Com o tempo, a forma em que retratavam as princesas foi mudando e para melhor.
Veja bem a Pocahontas (1995) que lutou para unir seu povo com os “brancos ingleses” mostrando que uma mulher pode expor sua opinião e lutar por um destino diferente do que planejaram para ela. Temos também a Mulan (1998) que se disfarçou de homem para salvar seu pai de morrer na guerra e acabou virando uma heroína que livrou a China dos Hunos, tudo isso, em uma sociedade extremamente machista em que as mulheres tinham que ter permissão até para falar, portanto, haja coragem!
Lançaram Valente em 2012 e quebraram todos os paradigmas de princesas sempre alinhadas, educadas e obedientes. Merida é uma princesa fora dos eixos, com seus cabelos soltos e naturalmente enrolados, corajosa, destemida e inteligente. Finalmente mostraram o amor de duas mulheres, mãe e filha, relacionamento tão esquecido nos contos de fadas, o mais próximo disso são as madrastas que são responsáveis pelas maiores desgraças na vida das princesas. A mãe quando é perfeita, está morta, como se essa fosse a “perfeição” da coisa, já que se estivesse viva, provavelmente estaria brigando, exigindo e cobrando resultados positivos da sua amada princesinha. Mas isso é chato!! Mãe é um troço chato que fala, fala, fala... Desta vez retrataram o relacionamento de mãe e filha de forma verdadeira e como a falta de diálogo pode afundar um família, como um elo que deveria ser o mais forte possível que a confiança, se estiver fraco, destrói tudo o que foi conquistado até aquele momento. Se não viram o filme, vejam, pois é muito bom.
Por muitos anos a Bela foi a minha princesa preferida por sua coragem, por ver além das aparências, a bondade com os animais, a beleza despreocupada, a paixão pela leitura e por colocar a felicidade dos que ela ama à frente da dela. Eu fico pensando onde está o erro em ensinar para a minha filha essas qualidades, deixar que se vista e se comporte dessa maneira. Muito melhor do que deixar que outras “heroínas” de caráter tão duvidoso da nossa atualidade dite a moda e como se comportar. Vemos meninas de plástico, que se vestem da mesma maneira, se comportam de forma extravagante, sem o mínimo de pudor e ainda esperam, ironicamente, por um príncipe encantado. Não se comportam como princesas e querem alguém perfeito para namorar.
Haaa....eu prefiro ser da geração das princesas, não das “passivas oprimidas pelo machismo” como algumas feministas insistem em afirmar, mas as que tem essas qualidades já descritas no texto. Como disse por muitos anos a Bela foi a minha princesa preferida, até a chegada de Frozen e vemos a Elsa que não é perfeitinha, diz exatamente o que pensa e reinou sem precisar de um rei ao lado. O que acho mais bacana, é como retrataram o príncipe que até musica romântica cantou, mas que no final era o vilão. Mostramos às nossas meninas que aparecerão muitos com aquele mesmo discurso, com a beleza e toda a gentileza de um príncipe, mas que na verdade não valem nada! Adoro a frase “não pode se casar com quem acabou de conhecer!!” Isso mudou tudo, mostrou que todas as nossas escolhas não devem ser tomadas apenas com o coração, porque as vezes ele se engana, ou no calor da emoção, mas com bom senso. O ato de amor verdadeiro não é o beijo de um príncipe perfeito, mas a força do amor entre as duas irmãs, outra coisa que sempre senti falta nesses filmes, já que as irmãs sempre eram as invejosas ou o lado mal da família. Era sempre assim: uma irmã boa, a outra má. Porque não diferente? Porque cada uma não poderia ter a sua personalidade com defeitos e qualidades como qualquer garota comum? Fico imaginando em uma casa com duas meninas, brigando para serem as mesmas princesas, já que a outra é a malvada da história e ninguém quer ser a má, graças a Deus!! Isso já é um avanço!!!
Finalizando, eu torço por uma geração com mais princesas que levam consigo conceitos morais fortes e enraizados o bastante para não serem mudados com o tempo ou com o rumo que a vida lhes dá. E sim, a minha Luiza é chamada de princesa todos os dias, vê os filmes, assim como o Samuel e o Bernardo que já se acostumaram com as mocinhas fortes e guerreira que eles também se espelham. E há nada de errado nisso!!
Bom dia!
Bom dia!
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