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Sobre o amor que ensinamos


Fonte: Arquivo pessoal

Quando descobri que estava grávida, comecei a ler sobre aquele amor indescritível, que os sites e livros insistem em descrever e sentia um certo peso em “ter que sentir” também aquele amor. É lógico, que por instinto eu protegia e cuidava do meu bebê antes mesmo dele nascer. Eu sentia quando ele se mexia dentro de mim, respondendo ao meu toque e pensava que ele nem deveria saber quem eu era ou o que ele mesmo estava fazendo, mas apenas seguindo o seu instinto de procurar quem lhe dava abrigo.

Quando o Samuel nasceu, ao ouvir o seu chorinho, chorei, mas nem sei se foi de medo, emoção, amor, as circunstâncias ou dopada demais para perceber qualquer coisa. O tempo foi passando, nasceu Bernardo e Lulu e mesmo assim, a impressão que eu sempre tive foi que mãe era para cuidar, suprir as necessidades do seu bebê e lá na frente, quando ele crescesse e fosse uma adulto (porque adolescência não conta para nada!!! Rs!), eu finalmente, ia receber minha recompensa em forma de gratidão, de amor e carinho.

Vivia dizendo para o meu marido “às vezes não me sinto mãe deles” ou “eles nem parecem que saíram de mim”. Eu sei, é esquisito, mas eu realmente não me sentia “a mãe”, daquelas que lemos nas revistas. Inclusive, como dica, eu afirmo para nunca levarem em conta somente o que dizem nas revistas ou nos pitacos do outros, porque cada criança é diferente e o filho é seu, crie-o da forma que achar melhor!

Voltando ao assunto, é lóógico que o Samuel já demonstrou seu amor, como certa vez que eu estava passando muito mal com aqueles enjoos de gravidez (da Luiza) e ele veio para ficar deitado na minha cama e ficou fazendo carinho no meu cabelo até eu adormecer. Mesmo assim, até ontem eu não sabia o quanto eles me amavam e retribuiriam. 

Ultimamente ando tristinha. Os motivos não sei bem ao certo. Mas o fato é que, ontem, do nada me deu uma crise de choro que eu não consegui conter. Fui para o quarto ficar quietinha lá, para não incomodar ninguém. Bernardo entrou no quarto e com um chocolatinho na mão que ele não daria para ninguém (está naquela fase terrível de 2 anos, sabe????), me entregou, me deu um beijo e ficou sentadinho lá falando alguma coisa que eu não entendo, mas tão docinho, tão docinho que tive que ficar quietinha para ouvir e só se ouvia o som daquela voz rouquinha que ele tem. Me fez um último carinho no cabelo e foi brincar. Me levantei e fui coloca-los na cama, afinal, já eram 10h da noite. Deitei na cama com o Samuel para conversar um pouquinho com o rostinho bem perto. Ele normalmente me conta sobre alguma coisa interessante que viu, sobre seus desenhos ou do seu assunto preferido, o futebol. Mas desta vez, ele ficou caladinho olhando para mim. E eu disse, sem olhar nos olhos dele de vergonha:

- Mamãe está tão triste hoje, sabe, filho?- Esperando que ele mudasse de assunto por algo mais que o interessasse mais ou que me olhasse com dúvida, mas de forma espantosa, ele estava olhando bem nos meus olhos e compreendendo o que eu estava falando. 

Balançou a cabeça dizendo que estava entendendo e disse: 

- Eu amo você, mamãe - e continuou, porque a histérica aqui já estava chorando novamente – Mamãe, eu queria achar o meu caderno (uma agenda velha que o Mauricio deu para ele brincar de desenhar) para escrever para você assim: "mamãe eu te amo, você é o meu anjo. Assinado Samuel".

Meu Deus!! De onde é que criança tira essas coisas? Bom, mas finalmente, eu percebi que desde a barriga eles não seguem extinto, eles não só procuram por proteção, mas retribuem muito mais cedo que a gente pensa todo o carinho, amor e tempo dedicado.

Ouvi certa vez uma mãe dizer que o nosso bebê dentro de nós é a certeza de que nunca estamos sós. E eu passei a conversar com a minha barriga! rs! Realmente, eles são as nossas companhias mais gostosas! Podemos dançar, brincar, cantar, fazer bagunça, vestidas de camisola que eles mesmo assim terão um elogio e não criticarão as nossas loucuras.

Portanto, aproveite cada momento que você tem com o seu pequeno, porque diferentemente do que eu pensava, quando crescerem terão suas próprias vidas e talvez não nos deem a atenção que esperamos. Mas o HOJE, essa coisa pequenininha que fica em pé no berço quando ouve seus passos no corredor, esse sorriso largo que dão ao acordar e nos ver... Haaaa...isso não tem preço e passa muito rápido.

Só para constar, a primeira frase do Samuel quando me viu hoje pela manhã foi “mamãe, seu cabelo está lindo” e eu nem o havia penteado ainda...rsrsr!

Eu não mereço tanto amor!!!!

Na foto, o dia do nascimento do Bernardo. Eu estava menos grogue neste dia! rsrs!

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