Todos os bebês nascem com uma ausência total de regras, sem saber o que devem ou não fazer, sem conhecer as regras da sociedade em que vive. Com o tempo ensinamos o que deve ser feito, as regras que devem seguir e uma das primeiras regras é não se aproximar de quem não se conhece. Engraçado como somos contraditórios, né??
Andei pensando em quantas vezes eu pedi para o Samuel entrar em uma sala recheada de completos desconhecidos e cumprimentá-los, abraça-los, beijá-los...E me coloquei no lugar dele. Como eu me sentiria se fosse obrigada a isso?? Sei que devemos um certo nível de educação à sociedade, mas não devemos simpatia e confiança forçada.
Creio que toda criança deve trabalhar com a questão do "circulo de confiança" até mesmo para a sua proteção, para não sair conversando com todo mundo, indo para casa de todo mundo, abrindo a sua intimidade para qualquer um. Mas como podemos ensinar isso aos filhos, se quebramos as paredes desse círculo a cada reunião de amigos ou festas???
Se você é do tipo de pessoa que se abre para qualquer um que se aproxima com simpatia, você tem problemas sérios. Não se preocupe. Já fui assim também. Até certo dia em que conheci uma grande amiga de um ex namorado (na época era atual namorado...rs!) e contei a minha vida inteira em 30 minutos de conversa. Aí ela se aproximou do meu ex e falou: "Nossa, a Sheila tem problemas sérios com confiança. Ela confia em qualquer um!! Eu já sei tudo sobre ela e é a primeira vez que a vejo." Mas eu pensei que podia confiar porque o meu namorado confiava. Para mim, isso tinha lógica. Hoje vejo que o meu filtro de amizades poderia ser diferente e realmente é, eu só não o exercia.
Se hoje em dia sou tão seletiva com minha amizades e para quem me abro, como posso exigir que o meu filho não tenha o filtro dele. É lógico que é falta de educação não cumprimentar, mas ter que ser intimo de quem acabou de conhecer, é um absurdo. Tentamos moldar tanto os nossos filhos aos padrões de crianças educadas que a sociedade exige e nos esquecemos que são crianças. E que às vezes ele não quer conversar, está cansado, estressado, irritado. Se eu, que já estou "domada" me sinto assim e me reservo o direito de não querer ver ninguém e não exercitar a minha falsidade, imagine exigir que os meus filhos, tão autênticos e sinceros sejam assim?
Deixe que as pessoas tenham um pouco de trabalho ao se aproximar de seus filhos, que eles tenham que conquistar a sua confiança, amizade e simpatia.
Samuel nunca foi de gostar de homens, é sério!! Ele se aproximava mais fácil de mulheres. Nem sei porque!! rs! Mas nunca forcei nada. Era sincera e dizia para a pessoa que ele era mais "na dele" e pronto. Ninguém se magoava, ele não se irritava e todos ficávamos bem!!
Hoje em dia, ele cumprimenta, conversa, dá sua opinião, tudo de forma natural, nada forçada.
Ainda bem...
=)
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