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Dizer "não" também é um ato de amor

Quando vemos um bebê lindo com aquelas bochechas rosadas ou vemos uma criança correndo, sorrindo feliz, logo pensamos nos pais maravilhosos que eles têm, em toda dedicação e amor que os envolve. Nunca nos passa pela cabeça que nada disso quer dizer felicidade ou amor. É apenas um segundo de reconhecimento pelo bom trabalho dos pais, mas não retrata a realidade.

Ninguém lembra que a criança chorando por tomar uma agulhada de vacina é um ato de amor dos pais. Que o "puxar de orelhas" por causa da desobediência ou o castigo pela birra em público também é um ato de amor. Ninguém lembra que construir caráter dói, às vezes mais nos pais que nos filhos, que logo esquecem o ocorrido. Demonstramos o amor de diversas formas, porém demonstrar fazendo a parte chata de brigar, punir, chamar a atenção, envolve muito mais amor que ficar bajulando e encobrindo o erros dos filhos. Dá mais trabalho fazer que nossos filhos melhorem, aprendam... Deixar como está, é fácil e não requer esforço algum! Demonstra que não nos dedicamos à educação dos nossos filhos, é "amor negligente", se é que esse tipo existe.

É muito comum ouvirmos as frases "ô dó", "tadinho, está chorando", como se fossemos vilões que impendem a criança de ser feliz, quando, na verdade, tudo o que fazemos é para o bem dela, mesmo que momentaneamente pareça o contrário. Muitas mães, inclusive ficam com medo de fazer esse papel.

Engraçado...Eu nunca tive medo de ser a vilã da casa. Eu digo "não" até com um certo prazer (maldade, né?? rsrs), por saber que tudo tem um fundamento. É lógico que eu não fico negando tudo, só por negar, mas acho importantíssimo a criança saber ouvir uma negativa às vezes. Exercite o poder do "não"!!! Se o seu filho não ouvir essa palavrinha da sua boca, ouvirá de tantas outras pessoas e será muito mais difícil e cruel para ele que não estará preparado para isso. Temos que ensinar que o "não" é o que temos na mão, o resto a gente conquista com esforço, dedicação e trabalho.

Para exemplificar, no mês de novembro de 2013, por causa do nascimento da Luiza, estávamos saindo muito para comprar tudo o que faltava para o nascimento dela. Reparei que toda vez que íamos às compras, os meninos voltavam com um brinquedo. Parei para pensar que não é normal uma criança ganhar presentes todos os dias. O que estou ensinando ao meu filho, além de ser superficial? Nada! Ele irá entender que enquanto se tem dinheiro é para gastar! Conversando com o meu marido, decidimos que eles não ganhariam nada até que chegasse as datas que é costume dar presentes, no caso, o Natal. Mas não iríamos deixar de frequentar os centros de compras, eles que se acostumasse com o "não" de cada dia. Obviamente, não podia exigir isso do Bernardo que ainda não tinha 2 anos, mas Samuel já entendi muito bem. O que vocês acham que eu queria com isso? Ser má com os meus filhos? Claro que não! Eu só queria ensiná-los que estar com a família vivendo bons momentos é muito mais importante que ganhar presentes.

É tão feio esses jovens que brigam com os pais por que querem um celular do último tipo ou aquele tênis da marca X que os amigos têm! Tão feio filhos que mal falam com os pais por que eles não podem proporcionar o que eles acham que têm direito, como se fosse uma obrigação dos pais dar tudo "mastigadinho", só para facilitar. Seria, no caso desses jovens, falta de "nãos" curtos e grossos??? Sei lá... Eu me esforço muito para que os meus filhos sejam diferentes!

No caso do Samuel, mesmo tendo o dinheiro para comprar, eu não comprava, mesmo podendo facilitar eu não facilitava!! Hoje em dia, com 5 anos, ele sabe entrar em uma loja de brinquedos, olhar tudo. Escolhe o que acha mais bonito, me mostra todo empolgado. E eu digo o dia que poderei comprar. Ele sai todo satisfeito. E no dia combinado, cumpro a minha promessa. Quando o brinquedo é muito caro, digo para ele a minha opinião de forma sincera. E ele que já sabe ler os preços fica me perguntando "esse é caro, mamãe?". rs! Acho fofo!!!

Brigar, bater de frente, dar bronca, dizer "não", é infinitamente mais difícil que deixar para lá. Se o filho deixa o tênis jogado no meio da sala, o nosso instinto é abaixar e pegar, fácil, fácil... Muito mais complicado e trabalhoso é dar bronca para que eles mesmo arrumem a bagunça. Porém é o melhor a se fazer. Eles têm que aprender que não estaremos por perto para consertar o que fazem de errado e que, por mais perto que estivermos, não temos a obrigação de fazer tudo por eles, quando já tem idade e capacidade de cuidarem de si mesmos.

Bora criar filhos menos mimados?? rsrs!

Pensem nisso!!

Dizer "não" também é um ato de amor!


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