Porém, graças ao me lado muito crítico, sempre reparava no comportamento de algumas mães e seu filhotes e pensava "haaa...comigo não será assim" ou "se fosse o meu filho..."
Grande engano o meu em pensar que seria diferente, né? Crianças são parecidas, por que passam pelas mesmas fases, todas elas!
Agora veja a lista de coisas que eu achava inadmissível na crianção de uma criança e no universo materno (existe esse termo? rs!):
1. Levar crianças à bares e restaurantes que não possuem estrutura para criança.
Eu achava um absurdo crianças que não sabiam se comportar no restaurante, fazendo bagunça, gritando, derrubando tudo, chorando. Me incomodava mesmo! "Por que não levaram para um restaurante com Playground? Algum lugar que tenha a estrutura para crianças? Será que os pais não estão vendo que todos estão incomodados? Que tivemos um dia de trabalho cansativo e precisamos relaxar????" - pensava.
Mas o que não me passava pela cabela era que aquela mãe estava naquele "trabalho" há meses ou anos, todos os dias sem hora de descanso. Ela que deveria estar bem cansada, né? Hoje eu vejo que há dias em que a babá falta, que a criança que se comporta super bem, em um dia específico decide fazer todas as artes acumuladas ( Samuel é mestre nisso..) ou que simplesmente os pais não aguentam mais comer McDonald's. Direito que eles têm, né? Sempre critiquei levar as crianças em bares, mesmo aqueles mais comportadinhos. Depois que me tornei mãe, percebi que há dias em que não dá jeito e se você quer comer qualquer coisa diferente de McLanche Feliz, só levando a outros restaurantes mesmo! Tô pagando a língua, viu??? rs!
2. Ficar comemorando cada gesto diferente que a criança aprende.
Mães que ficavam tirando fotos que se colocadas em sequência viravam filme, era uma chatice para mim. Minha mãe mesmo fazia isso com a minha prima Ana Luiza (originou o nome Luiza da minha filha). Tirava as fotos e explicava uma por uma, os motivos, as caras e bocas que ela fazia. E olha que ela era a tia, hein? Hoje sou eu quem faço isso. Meus filhos tem tantas fotos.... vídeos... E eu imprimo tudo. Faço aqueles álbuns enormes e desentocamos tudo do armário quando chega uma visita. Mostramos tim-tim por tim-tim, cada detalhe. E não há de negar as ligações para a minha Avó contando cada passinho, cada dente que nasce, cada nova arte. Bernardo certa vez derrubou minha lata de açúcar no chão da cozinha toda. Em vez de limpar, fui tirar fotos e ligar para a minha Vó...rsrs! Eu mesma me tornei aquela mãe chata!! E não estou nem aí para quem não gosta. Acho que é por isso que quando nasce um bebê, automaticamente, as mulheres entram em um grupo de mães para terem a mesma conversa, falar dos mesmos assunto e comigo não foi diferente!
Bernardo brincando com açúcar! Tão fofo!! |
3. Trocar fraldas em público
Nossa...Eu achava uma falta de educação, ficar ali mostrando o piu piu e a bundinha do neném na frente de todo mundo, tirando fralda cheia de xixi, ou pior, recheada de caca... Eca!! "Não há lugar mais apropriado para isso não?" - pensava. Mas eu mesma já fiz isso e agora acho super normal. Só um mãe para entender o desespero de outra que além de ter que dar um jeitinho de trocar o bebê, aguentar os olhares de metralhadora do povo. Sinto-me culpada pelo tempo em que um desses olhares críticos eram o meu.
4. Usar filho como desculpa
É muito comum no trabalho você ficar sabendo que o funcionário X faltou por que o filho estava doente e eu mesma já pensei horrores sobre esse tipo de pessoa. Nunca fui de comentar nada, mas pensava: "Tá bom, viu? Filho ficou doente bem na sexta-feira?" Sinto em dizer que depois que tive os meus filhos, não apenas já tive que sair cedo, faltar ao trabalho ou largá-lo no meio do dia para levar criança ao médico, como também já até me demiti por que era necessário ficar em casa e eu achava injusto apresentar uma infinidade de atestados médicos do meu filho, não produzir nada e ainda receber o meu salário no fim do mês. Eu entendo o que é passar datas como Natal e feriados com criança doente em casa e tenho certeza absoluta que ao usar meus filhos como justificativa as pessoas pensaram da mesma forma que eu pensei. Também não me importo. Só aguardo a chegada dos filhos dessas pessoas... Só quem é mãe entende!
5. Criança presas aos pais (como se fossem cães)
Lembro-me bem de ir ao shopping e ver uma criança correndo loucamente até que um puxão dos pais a fizeram parar. Fiquei olhando de onde vinha e lá atrás estava uma mãe segurando o rabinho de um macaquinho de pelúcia comprido e que estava amarrado às costas da criança. Mostrei ao meu marido e ficamos rindo do "cachorrinho" que eles tinham. Hoje em dia, eu entendo. Entendo o que é correr atrás de uma criança rezando para que não tropece, se machuque, trombe nos outros, atravesse a rua correndo... Tenho um filhinho desses impossíveis de controlar em público. É por que nunca tive a "louca" de ir comprar, mas se der vontade, eu compro, sem me importar com o que vão pensar. Afinal, o importante é o meu filho seguro ao meu lado, não o que vão pensar de mim. Estou lembrando de uma história aqui de uma avó que foi presa por maus-tratos por que fez o mesmo com o neto, amarrando à blusinha dele, um cordão para evitar que ele corra pelo supermercado. Maus-tratos, minha gente? A senhora disse que viu no shopping uma mulher fazendo o mesmo e achou interessante por que queria evitar que o neto se perdesse no mercado. Agora eu pergunto: quer dizer que se comprar a mochila cara com aquela cordinha no Tool Box, está tudo bem? Mas se a mulher faz uma adaptação está errado? Engraçado... Eu não critico mais! Só quem passa a agonia de ver que seu filho não está ao lado para saber o quanto é desesperador.
Eis a "mochila de segurança" vendida na Tool Box... Dó mesmo é da senhora que foi acusada de maus-tratos, né? |
6. Criança chorando no ônibus, avião, trem...
Eu realmente achava o fim do mundo ter que ficar aguentando choro de bebê em ônibus, avião ou qualquer outra ambiente em que eu não pudesse fugir daquele barulho infernal . Era o caos! Mas pensando bem e pela experiências que tive com meus bebês que já ficaram chorando do inicio ao fim de uma viagem, eu entendo a coitada da mãe, que está ali constrangida, chateada, nervosa e frustrada por não conseguir acalmar o seu bebê. Eu mesma já fiquei assim. A gente fica olhando ao redor se martirizando por estar incomodando os outros, esperando às vezes algum olhar amigo, algum sorriso de aceitação, que tranquilize aquele momento, que nos faça nos sentir menos culpadas e mais compreendidas. Depois que me tornei mãe...aí sim, fui entender esse tipo de situação. Só depois...
7. Birras em público
Essa é clássica!! Quem nunca olhou para uma criança estirada ao chão e pensou "haaa...se fosse o meu filho!" ou " o meu filho nunca se comportaria assim", ou ainda "eu faria dessa (ou aquela) forma". Quem nunca?? Eu já pensei assim. Mas ao ver o meu filho na mesma situação e depois de tentar de todas as formas possíveis que ele parasse com aquele auê, eu desisti. Deixei que a birra continuasse até que perdesse a graça. E foi o que aconteceu. Mas é lógico que surge sempre algum sabichão que sabe a fórmula da felicidade e vem dar conselhos furados ou aquele tipo de gente que fica com dó da criança e ainda diz que estamos maltratando. Sempre tem, né? Toda mãe (mãe de verdade, que se preocupa com a criação do seu filho) sabe que dar ibope para a birra do filho é pior e ceder à ela, só o faz entender que se consegue tudo dessa maneira. Então, melhor é deixar para lá... Agora eu sei.
8. Negar algum alimento ao filho
Certo dia, fui levar o Samuel ao médico e passei em uma lanchonete para comprar água. O Samu disse que estava com fome, mas fome de pirulito, bala, chicletes. Eu neguei por que ele estava doentinho e aquela não era a alimentação adequada para o momento. Ele começou a brigar, reclamar. A mulher, dona do estabelecimento, tirou um pirulito do pote e deu a ele, sem a minha autorização, anulando tudo o que eu estava argumentando com o meu filho. Dá para acreditar? Fiquei com tanta raiva!!! Depois conversei com o Samu explicando que aquele comportamento era errado e que quando chegasse em casa ficaria de castigo. Porém, quando eu mesma não era mãe, já critiquei diversas vezes aquelas mães, ao meu ver, chatas que proibiam tudo. "Coitadinha da criança!" Mas o que nos falta pensar é que não sabemos o que está se passando, se a criança está doente, tem alergia a algum alimento ou por que a mãe quer criá-lo de forma diferente, com alimentação mais saudável. Mas o mais importante para se lembrar é O FILHO NÃO É MEU! Isso resume tudo!!! Custei a entender...rs!
9. Não dar o brinquedo (ou qualquer outra objeto) que o filho pediu
É comum ver crianças aos berros em shopping, lojas e supermercado pedindo só (só...) um carrinho, um brinquedinho, uma boneca e os pais negando de forma firme. E eu perguntava, "por que não comprar logo a porcaria do brinquedo? É baratinho, poxa vida! Eu mesma já estou quase indo lá comprar para a coitada da criança, só para calar o choro!!!" Só agora entendo que não é uma questão de dinheiro ou querer comprar algo. É simplesmente uma mãe cumprindo a promessa que ela mesma havia feito à criança caso ela se comportasse mal, e como ela não se comportou bem, não ganharia o brinquedo. É talvez uma mãe como eu sou hoje, que está exercitando o poder do "não" (Já escrevi sobre isso, CLIQUE AQUI para ler), tentando criar filhos menos materialistas ou que acham que podem conseguir tudo no choro. Só agora entendo... e pratico o meu "não" com naturalidade.
10. Gritar ou bater e um filho
Eu sou contra a bater em criança, sou mesmo! Sempre fui! Nunca apanhei da minha mãe e sou a prova que não é necessário bater para criar uma pessoa de bem, com caráter e dignidade. Minha mãe também não gritava comigo, com o meu irmão, às vezes por que ele aprontava muito. Certa vez conheci uma moça que tinha uma filha de 10 anos e ela gritava pela janela do apartamento as ordens à sua filha, aí eu disse sem pensar muito:
- Quando eu tiver os meus filhos eu não vou ficar gritando e nem batendo. Minha mãe falou que mulher que grita não tem educação e é feio.
Eu tinha uns 15 anos quando disse isso e realmente pensava assim, que mulher que falava alto não tinha classe... rsrs! Quanta ingenuidade!! rsrs! Mas se a minha mãe conseguia manter a calma comigo e não gritava ou batia, não quer dizer que eu herdei essa qualidade. Não, eu realmente não herdei. Desde que me tornei mãe, sou escandalosa, estridente, histérica, às vezes... Não sei como meus filhos me aguentam. Mas só quem é mãe entende o que é perder o controle e gritar, chegando até a dar as tão temidas palmadas no bumbum. Eu já fiz isso, e só quem é mãe entende o que é fazer e se sentir culpada o resto da vida! Se você nunca encostou a mão no seu filho, parabéns, mesmo!! Mas tenho certeza que já pensou, prometeu ou quase bateu. É uma situação complicada, triste. Mas de mãe para mãe, só a gente se entende... =)
Boa noite!!
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