Há alguns anos, quando o Samuel que acabou de completar 5 anos, tinha 1 ano e meio, eu comecei a trabalhar novamente e o coloquei na escola, uma bem perto do trabalho para ficar de olho quando quisesse. Depois de cuidar dele por todo esse tempo sozinha, pensei "está na hora de evoluir". Evolução para mim que ia voltar a fazer o que amava e para ele que era conviver com outras criancinhas e aprender. Mas estava enganada!
Deixe-me explicar um pouco sobre a personalidade do Samuel: ele é muito tranquilo. Eu não amamentei, não tive leite suficiente. Ele mamava mamadeira com fórmula infantil. Um certo dia, estava em nosso apartamento e senti um cheiro de queimado muito forte. Fiquei desesperada achando que era o apartamento da vizinha que deveria estar pegando fogo, cheguei a ligar para a portaria do prédio, mas meu marido me alertou que não era o vizinho, era na nossa cozinha. As mamadeiras do Samuel que estava fervendo já tinham virado "caldo" de plástico derretido! Haaa...que mãe que nunca se esqueceu de alguma coisa do fogo que me atire a primeira pedra!! O meu azar estava no fato de ser as mamadeiras (todas elas!!) do Samuel. Fiquei com tanta raiva de mim!! Saímos e compramos um copo, daqueles de treinamento, afinal, ele já tinha feito 1 ano e estava na hora de começar a tirar a mamadeira. Coloquei o leitinho dele normalmente no copo e dei. Ele bebeu tranquilamente!! Quando precisei tirar o bico, foi exatamente por causa de uma situação parecida. Não, não derreti os bicos dele!! rsrsr! Ele perdeu o último enquanto passeava e só percebemos de madrugada. O Samuel pediu e eu disse a ele que não precisava do bico mais, que já estava grande demais para isso. Ele virou para o lado e dormiu. Nunca mais pediu! Aceitou comidas sólidas e frutas com facilidade. Todos os marcos do desenvolvimento ele passou tranquilamente! Até aquela maldita escola!!!
Voltando ao assunto da escola...
Eu o levava às 7:30 e pegava 17:30. Mandava como lanche biscoitinhos, bolos, sucos, iogurte, frutas, tudo o suficiente (e ainda sobrando) para o dia todo e ainda o almoço separadinho. Mandava fraldas, roupinhas, lenços e pomadas. Toalha para tomar banho, shampoo e sabonetes. Enfim, não havia como faltar alguma coisa. Mas quando eu o pegava ele estava todo sujo, bagunçado (dava até vergonha de sair com ele assim na rua...dava mesmo!!), e a primeira coisa que eu ouvia era "mamãe, estou com fome". Como assim?? Eu abria a merendeira e não tinha nada!! Como uma criança podia comer tudo aquilo e ainda ficar com fome às 17:20 hs.??? Um absurdo!!
Aí comecei a reparar que quando chegava em casa e o colocava sentado no sofá, ele permanecia na mesma posição, sem nem se mexer, sem conversar, sem brincar. Ficava assim até o momento em que eu o pegava para dar banho e coloca-lo para dormir. Começou a ficar doente frequentemente. Tudo bem, até onde sei, é normal a criança sentir a separação da mãe. Mas eu não conseguia cumprir horário no trabalho, isso quando conseguia sair de casa!
Mas o meu limite foi no final de semana. Eu vi que ele ficava prendendo o cocô. Se esforçava ao máximo para não fazer e quando fez e fui trocá-lo como sempre fazia, ele colocou a mãozinha no rosto se escondendo, pediu desculpas e começou a chorar!! Aí não deu!! Fomos à escola, tiramos ele de lá. Brigamos mesmo!! Deu uma confusão!!!
Saí do trabalho e consegui outro mais próximo de casa. Ele passou a ficar em outra escola, mas essa era muito boa, cuidava direitinho. Já no
primeiro dia que o meu marido foi buscá-lo, ele me ligou dizendo para ir ajudar porque ele não queria ir embora. Fiquei tão feliz!! Ele participou da festa junina, dia dos pais, fizemos uma festinha de aniversário para ele e os coleguinhas. Eu via que ele era feliz lá, mas o que conseguiram estragar, não tinha volta.
Resolvi cuidar do Samuel em tempo integral. Tentar resolver os problemas, os traumas que aquela experiência trouxe para o meu filho e para mim também que me sentia tão culpada!! Por estar lá, trabalhando, toda feliz e meu filho sendo maltratado na escola. Desde então, ir ao banheiro era complicado! Ele não queria fazer cocô de jeito nenhum. Depois de um tempo, ele passou a confiar e fazia na fralda. Às vezes ainda ouvia um "você está brava comigo porque fiz cocô"? Tadinho do meu filho! Fizemos tratamento para facilitar as coisas, já que ele prendia tanto o cocô que quando fazia chegava a doer e por doer ele ficava com medo ainda mais de fazer. E não falamos nada sobre fazer no vaso, deixamos que ele se acostumasse com a ideia. E essa luta durou por anos. Dia desses, o peniquinho que vivia abandonado pelos cantos da casa, foi "visitado" sem ninguém pedir ou brigar! Ele foi lá e fez, com uma naturalidade!! Haaa...fizemos a maior festa!! Compramos até um mimo para ele e desde então, está tudo bem!!
Finalmente a minha luta acabou!! O meu menino tinha passado por mais esse marco e mesmo "atrasado" me deixou muito orgulhosa. Não só por ele, mas por mim. Sentimento de alívio ver que ele superou, que eu não havia estragado tudo como pensava anteriormente.
Se você, como eu passa por algum problema quanto a troca das fraldas pelo peniquinho, veja este artigo da Baby Center que mostra problemas e soluções para o desfraldamento.
Espero ter ajudado compartilhando com vocês não apenas as coisas boas da maternidade, mas os percalços também!!
Bjos!!
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