Observando algumas discussões pela internet percebi, claramente, que algumas mães se sentem culpadas por deixar seus filhos em creches, escolas ou com alguém da família, para ir trabalhar... Já passei por isso, sei bem como é. Passamos o dia todo preocupadas, ainda mais no inicio em que, além da criança ser tão novinha, há o fato dela não estar acostumada a ficar longe de casa. A convivência com outras crianças trás aquelas viroses esquisitas que vem do nada e nos deixa com o coração na mão de tanta culpa. Porém isso faz parte do processo. Crescemos sabendo que esse dia chegará. Planejamos nossa vida da seguinte forma: estudar, formar, namorar sem esquecer da carreira, encontrar um companheiro legal, casar sem esquecer da carreira, aproveitar os primeiros anos do casamento para viajar e namorar muuuito, engravidar sem deixar que afete tanto a carreira, sair de licença maternidade (aí não teve jeito, a carreira ficou de lado...), voltar ao trabalho com toda a culpa do mundo por querer voltar a ter uma carreira e independência financeira... enfim! Faz parte do processo, da vida moderna, da evolução da sociedade e da mulher.
Mas, deixar tudo isso de lado para ficar em casa? Pronto! Retardamos tudo!!
Realmente, ouvimos muitas pessoas que criticam as mulheres que priorizam o trabalho, como se o filho fosse um fardo a ser carregado, como se não pudesse haver vida pós-maternidade. O que não é verdade. Simplesmente, a mulher gosta de trabalhar, como alguns gostam de futebol e música. Engravidar, não muda quem somos.
Mas nunca, nos últimos tempos, vi tanta crítica em cima das mães que largam tudo para ficar em casa e cuidar dos filhos! Sei disso, por que é o que eu ouço diariamente e já ouvi tantas vezes...
Li, recentemente, alguém dizendo que somos oprimidas pelo machismo, que não valorizamos o que as mulheres do passado fizeram para nos conquistar o voto e o direito a independência, que somos submissas. Outras ainda caçoam como se fôssemos burras, só falássemos em novela e em culinária, nos vestíssemos como "dona de casa", alá Dona Nenê da Grande Família... rs! Elas? Elas são as desbravadoras do mercado corporativo, mulheres sensuais, inteligentes, bem sucedidas... Ui! rsrs!
Gostaria de dizer a essas mulheres e homens também que pensam assim, que não, não somos submissas, nem mulheres que vivem encostadas por aí, falando discretamente para não chamar atenção, deixadas de lado por sermos burras demais para conversar sobre diversos assuntos com nossos maridos. Somos mulheres que fizeram uma escolha, a mais corajosa de todas: a de abrir mão de tudo para ter a certeza que os nossos filhos serão bem criados, afinal, querendo que seja bem feito, façamos nós mesmas, né? Ressalto que não estou dizendo que os filhos das mulheres que trabalham fora são mal criados, não, não mesmo! Disse apenas que tentamos fazer o nosso melhor e esse melhor, seja trabalhar ou ficar em casa tem que ser valorizado e não criticado ou ridicularizado.
Como disse no início do texto, o natural da vida é seguir aquele esquema para ser o mais independente possível e todos nos cobram isso, até mesmo os maridos. Infelizmente, vivemos em um mundo que acha que os filhos são responsabilidade da mãe. Os pais continuam com sua vida normalmente, havendo raras exceções que sabem que a mudança de vida é para os dois. Trocar fraldas, desistir da vida social, acordar de madrugada, levar ao médico, dar banho, alimentar não deve ser responsabilidade da mãe, afinal, não conheço nenhuma que tenha feito filho sozinha. Mesmo assim, é compreensível mulheres que como eu, escolheram ficar em casa, para acompanhar de perto o crescimento dos filhotes. E isso, ao contrário do que parece, não é submissão ou machismo da parte do meu marido. Só pude fazer essa escolha, por que sabia que ele aguentaria as pontas, cuidaria da família e supriria as nossas necessidades. Pensando bem, é um privilégio! Trabalhamos em equipe! Ainda assim, ele ajuda em tudo o que pode dentro de casa. Tenho meu dia de "folga", saio, me divirto, me cuido, leio, procuro continuar aprendendo e me envolvendo nos assuntos do trabalho dele...
Ficar em casa, não me deixou burra, inútil ou foi uma escolha fácil. Adorava trabalhar, estudar. Eu simplesmente pude escolher e tenho que colher os frutos da minha escolha, por exemplo, ver minhas amigas crescendo na vida profissional, enquanto estou aqui colocando criança para dormir, trocando fraldas, cuidando dos meus filhos. Eu escolhi desacelerar as coisas por um tempo, mas não parei a minha vida, coloquei um post-it no trecho que dizia "vida social e profissional". Logo eu volto ao ponto que marquei e retomo tudo de onde parou. Continuo aqui sonhando em estudar mais, trabalhar fora, crescer profissionalmente, só fico na expectativa para que esse dia chegue, na certeza que fiz o meu trabalho como mãe e logo farei o melhor que puder na vida profissional.
Agora, mulheres do meu Brasil (quem fala assim mesmo?? rs! Zé bonitinho?? rs!), nessa etapa da sua vida, algumas vezes você achará que foi a escolha errada, que não valerá a pena, principalmente quando você se deparar com o espelho e perceber que o reflexo é de uma pessoa exausta, física e emocionalmente, mas no futuro, isso mudará, fique calma. Não deixe de ter orgulho em ser quem é. Nem se esqueça jogada por aí vestida de pijama e descabelada. Acorde, tome um banho, vista-se bem mesmo que seja para ficar em casa com os filhos, se arrume. Leia um bom livro, procure saber o que acontece no mundo, conversar com pessoas diferentes, não apenas com mães, como você que só falam de papinhas e de fraldas descartáveis. Tenha interesse por tudo o que você tinha antes de engravidar. E assim que puder, volte ao trabalho. Faça planos com o seu marido, um esquema com a data de término dessa fase.Vá pensando no que fará de interessante e onde deixará as crianças.
Eu mesma, já estou passando para outra fase da minha vida. Depois de 5 anos em casa, cuidando dos meninos, começarei um curso no mês que vem. E o maridão foi convocado para cuidar de tudo enquanto mamãe estuda. Mas isso é assunto para outro post... rs!
Pense na maternidade como um curso preparatório a longo prazo. Agora já estou expert em solução de conflitos, graças à brigas estilo Tom e Jerry de Samuel e Bernardo. Sou especialista em trabalhar sobre pressão, experimente dar banho em 3 ao mesmo tempo... rs! Me tornei a mulher polvo, isso mesmo polvo!! Ao mesmo tempo que escrevo esse texto, escuto música, preparo o almoço (toda hora tenho que ir lá olhar...), e fico dando corda em um brinquedinho do Bernardo por que ele, educadamente, coloca em frente à tela para que eu escolho entre dar corda no brinquedo ou não continuar escrevendo. Menino persuasivo, viu?? rs! Que empresa não quer um profissional como este?? rs!
O importante em tudo isso é saber que existe todo tipo de mãe e nenhuma delas está errada nas escolhas que fazem, pensam no melhor para os filhos. Só não se esqueçam, meninas, de pensarem em si mesmas também!!
Seja feliz e realizada na escolha que fizer, seja ela qual for!!
Esta foi a minha escolha!! |
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