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Independência


Mãe cuida.
Mãe zela.
Mãe quer por perto.
Mãe se preocupa se estiver longe.
Mão põe embaixo da asa.
E que mal há nisso? Nenhum ué...Até o momento que interferimos no crescimento natural da independência da criança! Já pararam para pensar nisso?

Dia desses Bernardo queria por que queria carregar toda a caixa de brinquedos para a sala, mesmo sendo pesada, ele queria. Ao se deparar com o sofá que era uma obstrução que só poderia ser ultrapassada levantando a caixa, ele passou aperto. Não tinha força suficiente para levantá-la. Logo quis sair em seu socorro, mas meu irmão me barrou:
- Não!! Deixa ele tentar!!
- Mas é muito pesada para ele carregar, tadinho... - argumentei.
- Então ele dará outro jeito. Se toda hora você ir lá resolver os problemas dele, ele nunca aprenderá a resolvê-los sozinho!

E não é que ele tinha razão? Bernardo foi escorando a caixa pela lateral do sofá até conseguir  levantá-la sozinho. Achei tão inteligente o jeitinho que ele deu. Coisa que não teria feito, se eu tivesse interferido. Eles crescem, sabia? Mãe esquece disso... Mãe quer esquecer disso. Mãe se esforça para esquecer. Sei disso, porque é o que faço. Ao vê-los dormir que percebo o quanto cresceram. Quando estão sentadinhos no meu colo, não noto. Sempre os vejo de cima para baixo e na minha cabeça será assim para sempre.

Há alguns meses, deixei o Samuel no banho sozinho enquanto enxugava o Bernardo. Quando voltei, ele já tinha terminado o banho, passado condicionador e tudo. Estava de chuveiro desligado esperando a toalha que eu já estava levando.
- Ué, filho. Você já terminou? - perguntei.
- Já!!! - rindo de mim. - Eu tomei banho sozinho, lá lá lá... - me caçoando.
E eu me sentindo uma inútil, por não ter serventia nem na hora do banho! Hoje ele toma banho sozinho, escova os dentes, se veste, penteia o cabelo, escolhe a roupa, escolhe o que comer no restaurante, dá pitaco em tudo que fazemos. A frase sempre começa com um "que tal...", nem sei de onde ele tirou isso, porém percebo que ele já tem opinião e quer oportunidade de expor. Meu bebê cresceu! Até o dentinho já caiu!!!

Bernardo tem a personalidade bem diferente da do Samuel. É mais agitado, contudo, mais grudado e carinhoso. Parece com o pai. Explode quando está com raiva, mas basta um chamego que volta a mansidão. Também está se desenvolvendo bem, explorando os sentimentos de menino crescido, vendo até onde pode chegar na arte que faz, observando o limite de paciência de cada um. Super inteligente!

Luiza também já deixou de ser bebê. Oficialmente? Só em dezembro, quando completará 2 anos. Contudo, já diz o que quer e o que não quer. Toda doce e delicada, contrastando com a braveza, típica da mãe! rs!

Só sei que não há mais brinquedos de bebê espalhados, fraldas compradas são poucas, nada de ambiente quietinho, só correria. Correria e gritaria. Eles inventam as brincadeiras e todos brincam juntos! Todos! Até Luiza que já está bastante esperta para a idade.

E eu, que antes achava um absurdo, apesar de nunca externar minha opinião, mães que carregando os filhos no colo até os 4 anos, dando comida na boca e tratando como bebê crianças que às vezes parecem ter um vocabulário mais rico que dos pais, hoje as entendo. Todas queremos prolongar esses dias. Reclamamos que é uma beleza, mas queremos que dure o máximo possível.

Tenho problemas na coluna. Sinto dores horríveis nas costas. Arrumo casa por etapas, cada dia um cômodo. Depois deito de dor nas costas. Mas se alguém vem me criticar por carregar a Luiza, coisa que faço pouco pela falta de tempo, mas tem sempre um crítico que não resiste aos comentários maldosos, digo que ela nunca mais será daquele "tamaínho". Ela nunca mais caberá no meu colo como agora e provavelmente, quando crescer, não irá querer ficar.

Tenho sim que parar tudo para brincar enquanto ainda posso, enquanto eles ainda querem. Dane-se a casa bagunçada, a louça para lavar. Eu quero é ficar deitada com meus filhos brincando na cama. Eu quero é sentar no chão e brincar de cabaninha. Eu quero é ensinar do que eu gostava de brincar quando tinha a idade deles: amarelinha, pula-elástico, esconde-esconde, queimada. Assim, na terra mesmo, a poeira subindo enquanto corro e eles achando graça da mãe gordinha deles correndo feito uma louca! Não me importo com mais nada. Eu quero é brincar! Não me importa a sua opinião. Vê só se eu vou perder tempo argumentando... Enquanto argumento querendo provar que estou certa, eles crescem e isso eu não perco por nada!

Deixemos que eles cresçam, desenvolvam sua independência. Ensinemos nossos filhos a fazer tudo sem precisar de nossa ajuda, mas não percamos esses detalhes, esses momentos...

Boa noite!

PHOTOGRAPH - ED SHEERAN

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