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Não espere, faça o que puder agora!

Fonte: Pinterest

Passei minha vida esperando para ser feliz. Pensava "quando me formar eu viajarei", "quando conhecer o cara ideal, apaixonarei", "quando me tornar mãe serei completa", "quando tudo estiver perfeito, eu serei feliz". Mas nesta busca pela felicidade que ainda virá, pela perfeição, pelo ideal, os dias vão passando, o futuro se torna presente e logo vira passado.

Sempre sonhei em ser escritora. Sempre! Nem sei como fui parar em uma sala de Relações Públicas! Não é que o curso era ruim. Apenas não era para mim. Lembro-me das noites em claro quando era adolescente lendo Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade, lembro-me das crônicas de Mario Prata, pensando "por que eu não pensei em escrever isso antes?" Não estou me comparando aos mestres da literatura, nem chego aos pés. Mas pensava as mesmas coisas e continuava sonhando em transformar o cotidiano em textos tão belos que fariam as pessoas suspirarem como eu suspirava ao ler os de Vinicius. Contudo, era algo tão distante da minha realidade. Eu, escritora? Imagine só...

Interessante como não acreditamos no talento que temos, né? Na capacidade que, se desenvolvida, poderia nos levar longe. Haviam sinais que me diziam isso, porém nunca acreditei em mim. Sabe aquelas agendas que toda menina da década de 90/00 tinha para contar sobre os garotos, sobre a vida, reclamar da família, fazer cartinhas apaixonadas que nunca entregaríamos e era quase que protegida por raio laser, com alarme anti-irmão mais novo? Pois é. Eu tinha uma. Levávamos para todo lugar, até se dormíssemos fora de casa, ela ia conosco. Só as melhores amigas podiam ver e haviam páginas que nem elas. Para não correr o risco, inventávamos código para escrever e ninguém nunca sabia o que estava escrito. O foda é quando perdíamos a folhinha que decifrava... rs! Ô sofrimento!! rs! Pois bem... as minhas agendas eram compartilhadas na escola. Eu pegava minha experiência amorosa (tá... pode ter uma crise de riso agora, porque eu mesma estou tendo uma!!! rs), e transformava em crônicas lindas. As meninas da minha classe, liam, pediam para copiar de tão bonito que era. Eu deixava!! E os meus textos hoje devem estar espalhados por aí nas agendas alheias como "autor desconhecido" no final. Mesmo assim, nunca me passou a ideia de escrever, profissionalmente falando, prazerosamente falando...

Meus filhos nasceram, não tive tempo para ler, muito menos para escrever. O tempo foi me deixando um pouco de lado, os livros empoeirados na estante com o marcador ainda nas primeiras páginas e quando eu ia dormir, adormecia olhando para a prateleira de livros, lamentando o tamanho do meu cansaço que não me permitia levantar, pegar um e ler. Me encontrar nas páginas, ser lida pelos poemas, por que os grandes poemas, os bons mesmo, nos dão a impressão de que estão lendo a gente, e não vice-versa. Mário Quintana quem disse isso! Que falta me fazia!

Ás vezes penso que se me esforçasse um "tantim", conseguiria. O dia seguinte seria como o "Despertar dos mortos-vivos" mas valeria o esforço. Infelizmente, me deixei levar. A ideia de ser feliz outro dia, de fazer algo por mim "mais tarde", de jogar para o amanhã tudo o que eu poderia fazer hoje me acomodava.

Criei o blog e finalmente, pude dividir o que pensava, escrever sobre o que gosto, transformar o meu cotidiano em textos bacanas. É claro, para isso, tive que voltar a ler, reaprender novas-antigas palavras que eu havia me esquecido que sabia, que ficaram dormentes no meu inconsciente. Mas reaprendi. Como toda menina serelepe e ansiosa, logo quis transformar em profissão o que já havia virado paixão. Quis contratar campanha de divulgação, mudar todo o layout, criar logomarca, cartão de visitas, profissionalizar e melhorar tudo o que eu havia criado. Infelizmente, ironicamente, não tinha condições financeiras, psicológicas, estruturais e de logística para bancar tudo o que havia sonhado.

Todo mundo me perguntava o ruma do blog eu dizia que estava planejando, programando mudanças e nunca mudava. Nunca fazia. E isso me desmotivava, me chateava nunca sair do "planejado". Até meu irmão chegar e me falar uma frase:
" O ótimo é inimigo do bom. Perdemos muito tempo querendo fazer algo ótimo, enquanto algo bom deixa de ser feito"
E um "clique" estalou na minha cabeça. Passei noites em claro pensando nessa frase. Obviamente, perfeccionista como sou, queria algo ótimo, porém existem níveis que precisamos passar, fases de aprendizado que norteiam o rumo da vida e dos negócios. Não dá para chegar e logo sentar na janela, como dizem. Nem deve fazer bem...

Depois de muito pensar, coisa rara para essa pessoa aqui tão impulsiva, decidi tomar as rédeas de tudo. Não quero esperar que tudo fique perfeito para começar, porque nunca estará perfeito o suficiente para mim! Sou metódica, perfeccionista, nunca acho que está bom o suficiente. Decidi fazer as coisas acontecerem. Cansei de esperar as oportunidades e criei o que por tanto tempo esperei. Contactei pessoas, conversei com profissionais que no meu ramo, são os melhores e logo consegui resposta. Blogueiras e escritores me dando dicas, se oferecendo para divulgar o meu trabalho, parcerias bacanas sendo fechadas. O peito se encheu de orgulho. Noite e noites em claro pesquisando, estudando, trabalhando, mal dormindo. Hoje mesmo, depois de passar a noite passada quase em claro, são 2h da madrugada e estou aqui. O dia foi cansativo, afinal de contas, meus bagunceiros continuam aqui me enlouquecendo (ainda mais...). Tenho casa, almoço para fazer, tenho que dar atenção para cada um deles, brincar e deixar tudo em ordem. Ainda assim, fui dormir leve de alegria, pelo trabalho que está dando frutos.

Há muito o que fazer, muitos degraus para subir, muita cabeça para esquentar. Contudo, posso dizer que sou escritora. Ainda não cheguei aos livros que eu pretendo escrever, mas já sou colunista, escrevo no blog, pessoas que nem prestavam a atenção em mim, agora querem minha opinião. Sinto-me respeitada como profissional. Não sou "apenas do lar" como alguns gostam de rotular, como se cuidar da casa fosse fácil, simples e nada cansativo, um trabalho menos nobre. É o tipo de trabalho mais difícil do mundo, que poucos reconhecem até que deixemos de fazer. Entretanto, o mais difícil é do que abrimos mão para ficar em casa cuidando dos filhos. Se vale a pena? Nem sempre, principalmente quando ouvimos comentários como este vindo das pessoas que amamos.

O intuito disso tudo é afirmar para você que está aí do outro lado, que sonhos são possíveis, quando nos esforçamos muito, trabalhamos duro e deixemos de nos acomodar. Não espere o futuro, o casamento, a formatura, a viagem, os filhos crescerem, para ser feliz, sorrir o que você pode hoje, amanha. Para quê? Bato sempre na tecla que mães realizadas e confiantes, fazem os filhos ainda mais felizes. Qual filho gostaria de ter sempre uma mãe emburrada e reclamona em casa? Nenhum, eu imagino.

Por seus filhos, por você, pelas pessoas que te amam e querem o seu bem, cuide-se. E cuidar-se é realizar tudo o que você sonhou e quando realizar, sonhar sempre novos sonhos...

Planos e projetos dão força ao motor da vida, impulsionam, abrem portas. Você não imagina a infinidade de pessoas maravilhosas que conheci através do blog! Não imagina o quanto meus sonhos são maiores, em comparação aos eu tinha no início. Assemelha-se aos sonhos de quando eu era criança e não temos noção da realidade... rs!

Minha mãe sempre me dizia uma frase:

"Sonhe o mais alto que você puder. Nunca alcançamos exatamente o que queremos, mas sonhando 'muuuuito' alto, pode ter certeza, você chegará bem próximo."

Minha mãe era realista, né? Se eu não tivesse me esquecido dessa frase, quem sabe não teria me sentido tão mal como me sentia há um tempo atrás. Entretanto, não haveria este aprendizado, o que não resultaria no texto e hoje eu não teria nada para postar!! rsrs! Viu só?? Metade do copo cheio!!

Boa noite!

=)

E como parte das mudanças que farei, quem me conhece, sabe que eu amo música. Na minha cabeça, para cada momento da minha vida, está tocando uma trilha sonora! Para cada texto postarei alguma música sobre o assunto, que me inspirou ou que foi a música que ouvi enquanto escrevia. Espero que gostem...

INSPIRAÇÃO DE HOJE: SUPERCOMBO - PILOTO AUTOMÁTICO

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