Fonte: Arquivo Pessoal |
Luiza está em uma fase de descobertas, fase de testar nossos limites de paciência e permissividade. Fase complicada, eu sei. Mas me deparei com momentos lindos e ainda novos para mim, como o fato dela gostar de dançar, conversar, contar histórias e passar tempo ao meu lado. Não havia experimentado isso com os outros dois, que nesta fase ou estavam fazendo bagunça, arte como costumamos dizer por aqui, ou estavam quietos brincando sozinhos.
Minha Lulu não! Gosta de interagir, detesta ficar sozinha. Nos pega pela mão, nos arrasta até o lugar que quer. E lá ficamos, juntas. Paralelo a esse sol que é a sua presença, iluminando toda a casa, está a terrível crise de dois anos. Sim, aquela menina doce e amável, do nada vira um furacão de fúria quando algo lhe é contestado ou negado. Quer jogar objetos para todo lado, mostra a língua e tenho que segurar o riso dada a fofura, xinga e briga. Mesmo segurando o rostinho e olhando bem nos olhos dela, explicando o quanto aquela atitude está errada, ela não fixa o olhar no meu, continua a tentar me irritar. Firmo a voz:
- Fica quieta, Luiza. Coisa feia que você está fazendo. É para parar agora!
Aí ela chora. Fico com pena, sei que é natural testar os limites, faz parte do desenvolvimento natural da criança, mesmo assim, não posso deixar por menos. Tenho que impor esses limites! Não é justo com ela. Devo-lhe uma boa educação como me esforço para dar aos meninos. O fato de ser menina delicada não muda nada! Aqui em casa, não há separação. Todos com os mesmos direitos. Eles não podem agredi-la, ela também não. Eles juntam o que derrubam no chão, ela também. Há quem pense que ela não entende o que digo só por que ainda não desenvolveu completamente a fala. Entende sim. Uso palavras fáceis e frases curtas. Ela entende. Tanto, que faz exatamente o que digo.
Já passei por essa fase, até escrevi sobre os "Terribles Twos" do Bernardo (Clique Aqui para ler). Já vi a doçura e timidez do Samuel indo por água abaixo enquanto ele esperneava no chão do shopping. Vi também o Bernardo tão amoroso testando todos os limites da minha paciência enquanto escalava os móveis da casa, parecia até sentir prazer com nosso desespero. Sim, nosso! Pai também sofre. Como pode a personalidade da criança mudar tanto?
Há explicação para isso:
O QUE É?
"Terríbles Twos" ou adolescência da criança, como é conhecida, é caracterizada pela oposição a qualquer solicitação que o pais façam. Pode ser a mais simples delas, como "vá tomar banho". É motivo de birra. Por que? É natural! Faz parte do desenvolvimento. É quando ela percebe que é um indivíduo único que tem vontades próprias, não uma continuação dos mãe. Apesar de querer ser independe, ainda não tem maturidade para isso e se atrapalha toda.
PODE BATER?
Para começar, descarte qualquer tipo de agressão, que além de não adiantar nada, só trazem malefícios para o desenvolvimento dela e deturpa tudo o que ela aprende sobre o amor. Já que batemos para "ensinar por que amamos", ensinamos que o amor permite agressões. Aí abrimos um precedente perigoso, principalmente para as meninas que no futuro poderão apanhar caladas de seus cônjuges julgando normal "apanhar por amor". Quer saber mais sobre isso, leia o texto do blog Cientista que Virou Mãe. Um excelente texto sobre o assunto!
O QUE FAZER NA HORA DA PIRRAÇA PÚBLICA?
Não adiante brigar enquanto a criança estiver em crise. Antes mesmo de sair de casa, explique as regras, o que espera do comportamento dela no local. Nunca ceda às reclamações e exigências ou ela entenderá que conseguirá tudo com a birra. Tente acalmá-la. Diga que só conversará depois que ela se acalmar. Abrace-a tentando acalmá-la. Eles não entendem o que está acontecendo, é só um momento de fúria, por isso preciso ser auxiliados no processo de se acalmar. Se nada der certo, saia com ela do local. Tire o público que dá força à birra.
Depois da situação sobre controle, converse. Explique claramente o que pensa daquele comportamento, o quanto está chateada com a birra. Que só voltarão a se divertir se ela se comportar. Dê escolhas: "ou você se comporta ou vamos embora!" Se ela prometer se comportar, mude o foco da conversa, ache outra distração para evitar novo atrito, mas não ceda ao pedido que gerou a birra. Você já disse "não". Caso a pirraça persista, cumpra o que prometeu. Vá embora! Explique o motivo à criança com frases curtas e simples.
E O QUE FAZER PARA AMENIZAR?
Evite atritos. Se a criança pedir algo que você não pode fazer ou dar, sugira outra coisa. Evite lugares e situações que aumentem a probabilidade de birras. Por exemplo, para quê entrar ou passar na frente de uma loja de brinquedos se você não irá comprar nada? Para quê criar esse estresse? Criança não entende o "depois compramos" ou "não tenho dinheiro hoje". Elas acham que é só pegar e levar, então, evite. Se você sabe que seu filho tira soneca às 14h e fica mal humorado se não dormir direito, evite sair ou marcar compromissos neste horário. É claro, isso não quer dizer ser permissivo. Só saiba das consequências de sua escolha. Se estiver disposta a correr o risco, à domar a fera, então OK. Vá em frente! Se quiser saber mais sobre o poder do "não", clique aqui.
Siga uma rotina certa. Criança gosta de saber o que tem pela frente e fica mas fácil a argumentação:
- Você sabe que está na hora de dormir! - É a resposta caso haja algum objeção à hora de dormir.
E SE COMEÇAR A BATER?
Criança bate por que está com raiva, frustrada e chateada. Neste caso, o importante é tentar acalmá-la da melhor forma possível, mas não deixe que ela bata em você. Segure as mãos dela com firmeza, abaixe-se na altura dos olhos dela e diga com voz firme, dura e olhar de reprovação, que entende o quanto ela está brava, mas que está errado bater. Diga que se continuar assim, haverão consequências, diga quais serão, lembrando-se de ser realista e coerente. O "castigo" tem que ter conexão com o erro. Se ela está fazendo birra na pracinha, diga que irão embora imediatamente se ela não parar e que ficarão "X" dias sem voltar. Cumpra o prometido caso persista o erro.
E SE ELA AGREDIR A SI MESMA?
É normal crianças puxarem o próprio cabelo, baterem a cabeça ou se beliscarem para chamar atenção e gerar comoção da parte dos pais. Neste caso, coloque um travesseiro embaixo da cabeça ou coloque-a em algum lugar seguro. Eu, por exemplo, coloco no berço. Lá ela não pode se machucar tanto. Saia de perto, mas fique de olho. Sem plateia não há comoção.
Fonte: M de Mulher
Espero, sinceramente, que sobrevivamos à essa fase! rs!
E com você? O que seu filho fez nesta fase da vida de descobertas que mais te irritou?
Beijos!
Apesar de toda crise e cansaço, fui dormir com essa música na cabeça:
5 À SECO - FELIZ PRA CACHORRO
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