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Ser mãe de 3 não é tão complicado quando pensam

Fonte: Pinterest

- Ser mãe de 3 não é tão complicado quando pensam, nem tão simples quanto às vezes parece, na teoria.

Eis a minha resposta padrão à essa pergunta. Contudo, no instante que respondo, logo me vem à mente as cenas da luta diária em casa para que tudo dê certo, para que esteja viva no dia seguinte e possa responder a mesma pergunta à outro estranho que me pergunte.

Minha casa, normalmente, é um caos. Sempre bagunçada, por isso, é tão complicado receber visitas. Por mais que arrume, há sempre brinquedos jogados, roupas que eles cismam em trocar por conta própria, gritaria a todo instante, a não ser que estejam dormindo ou tenham saído, coisa rara. Não há nada que eu comece a fazer e termine assim, de uma vez. Toda tarefa é interrompida por algum grito, briga, queda ou pedido urgente. Eles nunca podem esperar! Apensar de tentar criar esse conceito na cabecinha deles, de que nem tudo é na hora que queremos, que não estamos sempre à disposição, à mercê de suas vontades e desejos, é uma lição difícil de assimilarem! Mas o importante é insistir, persistir.

Raramente estão quietos. Por mais que invista em brincadeiras, cabaninhas, cadernos de colorir, tempo de qualidade que todos os dias separo para conversar, ler algo interessante ou simplesmente brincar junto. Apesar de tudo isso, estão sempre fazendo arte. Tenho que ficar todo instante ligada, atenta aos sons ou à falta dele. Como dizem, criança calada é um perigo. E é mesmo! Dá para contar até 10 e depois ouvir o som abafado do tombo, algo que espatifa no chão ou o grito da confusão instaurada. Silêncio dá nisso...

- Logo agora que estava pensando em soltar aquele suspiro de alívio! - Penso.

Como consigo lidar com tudo isso? Rotina. Procuro seguir uma hora para tudo, mas não quer dizer que seja escrava dessa rotina. Por vezes, eu a quebro para colocar algo melhor na agenda. Finais de semana, por exemplo, são incertos, mas durante a semana, é o que me salva da loucura quando tenho que ficar sozinha com eles o dia todo. Se Luiza não dormir logo após o almoço, fica chata o resto do dia. Luiza chata ninguém aguenta, então, almoçou? Banho e cama! Se não comerem na hora mais ou menos certa, ficam pedindo besteira para preencher a lacuna da fome e depois não comem direito na hora que deviam. Então, esteja  que estiver fazendo, paro tudo para alimentá-los na hora certa. Ir para a cama no horário, é um sofrimento. Brigam, choram, mas não cedo aos chiliques e reclamações. Normalmente, faço tudo por demanda. Hora do banho é a mesma para todos. Arrumo as roupinhas e deixo em cima da cama. Eles entram para o banho e saem ao mesmo tempo, aí posso vesti-los e ficar de olho na bagunça bem de perto. Para almoçar, sirvo as refeições, coloco a mesa e quando tudo está ajeitado, os chamo para comer e sento junto. Isso não quer dizer que eu vá comer. Prefiro alimentá-los, colocar a Luiza na cama para a soneca e só depois me sirvo e como com calma, se for possível, o que às vezes não é. Faz parte!

Quando vão para a cama é o tempo que tenho para mim, para escrever, ler um pouco, assistir um filme. Questão de sobrevivência separar um tempinho para minha cabeça e não me sinto nem um tantim culpada por isso, por me querer bem. Minha vida não pode girar em função deles o tempo todo, por isso, separo um dia para sair com as amigas, espaço para cuidar de mim, da minha saúde e beleza. Para tanto, o maridão fica em casa cuidando das crianças, como faço quando ele tem os programas dele. Nessas horas o importante é o casal entender que ambos temos necessidades e preferências e para que dê tudo certo, um cede daqui, outro dali, encaixando os melhores horários para que todos saiamos felizes com as escolhas que fizemos. Ter filhos é complicado e naturalmente, alguns homens tendem a acreditar que é tarefa da mulher cuidar de tudo sozinha, sendo ele um mero ajudante. Não!! Não é! Ele não é coadjuvante dessa história. Recai sobre os ombros dele a criação dos filhos, as responsabilidades e tarefas necessárias para que sejam crianças felizes e saudáveis. Divisão de tarefas é tudo nessa batalha diária de conciliar vida (toda ela!) com os filhos.

Há dias em que tudo corre certinho, todos felizes e saltitantes com o sentimento de dever cumprido, e o melhor, sem se estressar. Outros, que parece que vou surtar! Juro! Tenho que respirar fundo para não sair correndo, com o sentimento de "nunca mais voltar". É claro, isso passa quando me acalmo, mas é como me sinto, às vezes, mais vezes do que gostaria, porém é a realidade.

Como disse, nem sempre é fácil, mas não tão difícil quanto pensam. Sempre soube que seria mais ou menos assim, acho que por isso, não me espanto tanto. Sempre soube o peso que seria abdicar da minha carreira e vida social para ser mãe tão jovem. Sempre soube que criança é complicada e cada uma única em sua personalidade e jeitinho, por isso, um desafio diário por mais que existam livros ditando a forma perfeita de criá-los. Quando planejamos com calma e estudamos os desafios que estão por vir, nos preparamos. Mesmo quando saímos do prumo ou da expectativa de vida que tínhamos para um caminho desconhecido, é só sentar, colocar a cabeça no lugar e pensar o melhor caminho.

Por exemplo, eu conheço a personalidade dos meus filhos, sei o que chateia e irrita. O desafio é evitar e não dar motivos para o chilique. Isso não quer dizer ser permissivo. É apenas evitar o estresse. Se eu sei o quanto dormir mal deixa minha filha irritada, planejo para que sempre estejamos em casa no horário da soneca. Se eu sei que o meu filho não gosta de certo alimento, por que não pesquisar outras formas de fazê-lo ou algo que o substitua com a mesma riqueza de vitaminas?

Assim vou levando o meu dia. A cada fase nova e complicada que passam, vou me adequando, me especializando. E quando penso que já sei demais, que me tornei expert no assunto, eles reviram o meu dia para me mostrar o quanto preciso aprender! rs!

E vocês? Como fazem para sobreviver à maternidade e os desafios de cada dia?

Beijos!

ROBERTA CAMPOS - ABRIGO

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