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Conselhos que daria para uma mãe de primeira viagem

Prepare-se! Você está prestes a embarcar na maior aventura de sua vida! Já viajou o mundo? Estudou tudo o que tinha para estudar? Fala quantas línguas? Viveu grandes amores? Fez psicanálise? Pois bem. Mesmo diante de tanta experiência de vida, prepare-se que à partir do momento que tiver uma vida crescendo dentro de você, não haverá emoção mais forte, aprendizado mais profundo, amor maior que o mundo e dia a dia mais louco!

Ser mãe é se desmontar por completo de tudo o que você é para se tornar algo melhor. Nunca se preocupou direito com sua alimentação? Ainda grávida passará a comer um belo prato de salada com gosto pensando nos benefícios para a saúde do bebê. Depois do nascimento, na fase de introdução alimentar, aflorará todos seus dotes culinários, até os inexistentes. A leitura de tabelas nutricionais de produtos, analisando grama por grama o que de benéfico fica para crianças será rotina. Confesso, eu mesma que amo um cachorro-quente "vulgar" - como diria meu marido -  proibi terminantemente a entrada de salsichas e semelhantes aqui em casa depois conhecer à fundo o processo de fabricação! Nunca atinei para o fato de crianças dormirem tarde, hoje arranco meus cabelos cada vez que passa da hora de dormir. Nos tornamos automaticamente chatas, mas por um motivo apenas: queremos o melhor para nossos filhos e apesar de adoramos saber das novidades na maternidade, odiamos as palpiteiras de plantão. Queremos fazer tudo do nosso jeito. No fundo, bem no fundo, tudo fica um pouco parecido, mas queremos personalizar a criação, sermos autênticas neste processo. E na ânsia de sermos diferentes, somos todas iguais!

Depois de três gestações, esse processo está sendo menos brusco. A coisa foi feia mesmo com a chegada do primeiro, mas depois tudo corre mais naturalmente. E o que tirei disso tudo quero compartilhar aqui com vocês:

1.Siga seus instintos
Deus é perfeito, sabe? Da mesma forma que o seu útero é um bercinho confortável por 9 meses, seus braços um ninho e refúgio por toda a vida e o seu beijo adquire propriedades curativas, à partir do momento que o bebê nasce, é instalada uma sirene interna em nossa cabeça e uma bússola no coração. Por mais que existam livros, bons conselhos, pesquisas e "modus operandi" sobre tudo na maternidade, o seu jeito, aquele só seu, é o melhor para seu filho. Por que quando essa sirene soa, minha amiga, não adianta falarem o contrário, há sempre algo acontecendo! O famoso 6º sentido das mães existe sim! Então faça bom uso dele, e para tanto, é preciso à vezes tapar os ouvidos para o barulho ao redor e deixar guiar-se pelo coração.

2. Diga NÃO às expectativas alheias.
Por mais que queiramos, lutemos e nos esforçamos, nunca seremos boas em tudo o que fizermos. Não queira ser uma mãe perfeita (por que ninguém é), uma esposa exemplar, uma profissional invejável, dona de casa prendada, uma excelente filha e amiga sempre disposta, ainda mais tudo isso ao mesmo tempo, por que não dá! Tenho uma amiga que ao se casar, passava tanto tempo limpando a casa e cuidando do maridinho que saia para trabalhar, que não conseguia tempo para comer! Isso mesmo! Mas tempo para fazer o jantar para ele tinha. E olha, que nem filhos o casal planejava ter... Ela vivia aflita em ser perfeita. Para quê? E por acaso ele se casou com uma doméstica ou com uma mulher? O mesmo já vi acontecer com mães que se sacrificam tanto para serem perfeitas em tudo e que mal tinham tempo para se cuidar. Como pode isso? Como viver assim? Para provar que é boa? Ninguém precisa viver assim 24 horas por dia, querendo provar, mostrar a todos, aparentar perfeição. Faça o que estiver ao seu alcance. Se não der para arrumar a casa por que esteve trabalhando fora ou em casa com as crianças (trabalho tão nobre quanto...), deixe para lá. O que vão pensar? Isso realmente importa? REALMENTE??

3. Não se desespere.
É comum olharmos para o  bebê ali chorando no berço e ficarmos pensando "o que eu estou fazendo de errado", "sou péssima mãe" ou "eu já não sei mais o que fazer". Sim, bastante comum! Nessas horas, pense no que está te incomodando. Os olhares dos outros, do marido? Peça que saiam! Fique às sós ali com o bebê e faça o que for preciso. Respire fundo, mantenha a calma. Se ficar nervosa, o bebê sentirá e ficará nervoso também. Coloque o bebê sobre o seu peito e tente acalma-lo com as batidas do seu coração. Sussurre alguma canção, faça o velho e bom "shiiiiii", nine com calma o seu filho. Disseram para não dar colo? Que chupeta faz mal? Que dar peito demais mima? Que você não iria conseguir sozinha? Esqueça tudo isso. Por isso é importante pedir que todos saiam para a mãe se sentir confortável com as decisões que tomar. Diferentemente do que pensam e tentam provar, a mãe é uma só: Você! Então faça o que achar melhor para o seu bem estar e do bebê também!
P.S. Se o marido prometer ajudar e não dar pitaco furado, pode deixar que fique! rs!

4. Planeje.
Que mulher é multitarefas e tem mania de planejar tudo com antecedência, isso já sabemos. Mas todos ficam martelando na nossa cabeça que não dá para planejar quando se trata de maternidade, mas dá sim. Por exemplo: Vai trocar as fraldas? Pense em tudo que pode acontecer. Do xixi no rosto, até o cocô que vai como um jato na roupa (sim, já aconteceu comigo!rs!) e prepare-se. Deixe outra peça de roupa à mão, lenços e fraldas extras. Colocou o bebê para dormir depois de muito lutar? Antes que Murphy lhe dê "bom dia", pense em tudo que pode dar errado. Desligue o telefone e a campainha, ande como um ninja pelo quarto para evitar aquele brinquedinho barulhento que com certeza você irá tropeçar e acordará o bebê. Está um sol lindo e resolveu levar o baby para passear? 5 minutinhos de carro, coisa boba. Pois bem. Leve a velha e boa malinha com tudo o que poderá precisar, pois o dia que você sair sem ela, será exatamente o dia mais precisará. Vai que o tempo vira, que o bebê faça caca daquelas que até a nuca fica suja, que caia na fonte da praça, que chova ou que se machuque? Pense em tudo isso. Planeje!

5. Mantenha quem te faz bem por perto.
É comum quando ingressamos nesta nova fase,  fazermos novas amizades, coisa boa mesmo. Porém nos esquecemos daquelas amigas solteiras, que agora não tem tanto em comum conosco, mas arrancam boas risadas e fazem tão bem. Besteira da nossa parte esse afastamento. Pode ser que no início fiquemos entretidas com o bebê e as novidades, mas logo a rotina fica cansativa e ter com quem conversar sobre outros assuntos que não seja o bebê, evita surtos de estresses. Ás vezes neste processo de nova mãe nos esquecemos das pessoas que nos fazem bem, mesmo sendo aquele amigo de infância chato, mas que gosta das mesmas músicas que você! Mesmo que seja aquela prima louca que tem a vida bem diferente da sua e escolhas bem singulares, mesmo assim, é ela quem te trás novidades, histórias interessantes, novas canções, conversas leves e gostosas. Pense nisso!

6. Saiba falar "não".
Aquela ajudinha? A visita em cima da hora? O pitaco furado? A crítica desnecessária? As exigências de quem não tem direito de te exigir nada? Diga não! Assim, seco mesmo! Evite motivos de estresse, para você, é claro. Um "não" bem dado evita muita dor de cabeça...

7. Maternidade não pode ser sua única fonte de satisfação.
Por mais lindo que pareça casar, engravidar, ter filhos maravilhosos e ser feliz para sempre, a vida não é exatamente dessa maneira. Não vivemos em função disso, bóra confessar e deixar de hipocrisia? Antes de nos tornarmos mães, éramos mulheres com gostos e vontades só nossas. Não podemos abandonar tudo o que gostamos e nos faz bem por causa da maternidade. Por um tempo até que precisamos, já que o bebê precisa de cuidados constantes logo no início. Contudo, eles crescem e com o desenvolvimento, vem também a independência. À medida que eles forem crescendo, vá retomando a vida, o salto alto, a vida social, a carreira profissional, tudo o que faz de você, você mesma! rs! Mesmo antes disso tudo, se houver alguma maneira, alguém de confiança que você possa deixar o filhote para dar uma escapadinha com o marido ou com as amigas, isso faz um bem...

8. Evite situações de estresse.
Sabe aquele encontro mensal com os amigos do marido que você PRE-CI-SA ir? Te contar uma coisa: precisa não! Se for um lugar estressante, um ambiente que não favoreça a tranquilidade da criança e tenha estrutura para receber uma mãe com o filhote, para quê procurar motivos de estresse com o marido, os amigos, a criança e você mesma? Não vá! Fique em casa tranquila. Se você for daquelas esposas tranquilex, que não se importam em dar uma folga para o maridão (coisa que ele precisa às vezes, vamos convir...), deixe que ele vá tranquilo e aproveite a noite. Combine um outro dia para você fazer o mesmo com suas amigas e ele ficaria com o bebê. Bem melhor, né?
Isso vale também para aquele primo em segundo grau que cismou de visitá-la no pós parto só para encher o saco, afinal, o que ele acrescentaria? É pai? Irá ajudar de alguma forma? É próximo da família? Se a resposta for negativa para todas essas perguntas, evite o estresse de receber quem realmente não quer. Escrevi sobre isso já... bem aqui.

9. Separe um tempo para a vida amorosa.
Nunca esqueça do marido, do romance, dos jantares, das noites conversando ou fazendo outra coisa melhor ainda... rs! Nunca! O amor do seu companheiro que originou essa família linda, então seria muito injusto deixar que ele morra aos poucos por falta de tempo, disposição e criatividade.

10.  Você até pode ser multitarefas, mas nunca será mulher-maravilha.
Não se cobre tanto! Tenha real noção das suas limitações físicas e psicológicas. Isso não é demonstrar fraqueza, mas humanidade!

11. Não gaste com o que realmente não precisa. 
Não sei o porquê, mas associamos bebê ao consumismo. Temos que comprar tal marca de fralda que é a melhor, o brinquedo Fisher Price falante que joga bolas para o alto e deixa a criança feliz como na propaganda, as roupinhas importadas que estragam menos e podem ir na máquina, aquele jogo incrível de berço que depois de instalado ficamos pensando onde o bebê ficará dentro dele, aquela poltrona de amamentação caríssima "super prática" e a cama para a babá que ficará no quartinho dele.
Deixa eu te contar alguns segredos: ás vezes a melhor fralda não é a mais cara, muito pelo contrário. O brinquedinho caro da Fisher Price que faz um monte de peripécias, ficará largado pela casa, o bebê gosta mais da caixa e dos potes plásticos que ele roubará do armário da cozinha. Se faz tanta questão assim, há hoje no mercado empresas que alugam brinquedos como estes que duram tão pouco e são muito caros. Vale a pena procurar saber. A roupinha importada que você cismou de comprar por que dura mais lavando na máquina, não durará por que o bebê cresce e não caberá de toda forma. Luiza chegou a não usar tanta roupinha e outras ela usou tão pouco que eu poderia vender como nova, se não fosse a falta da etiqueta, nada disso foi importado, só produto brazuca. Jogos de berço são perigosos e podem causar o sufocamento. É lindo, eu sei, mas é melhor não comprar do ter o bercinho vazio por causa alguma tragédia (Saiba mais dicas sobre berço seguro aqui. ). A poltrona de amamentação quase nunca será usada, então invista pouco ou compre uma boa almofada de amamentação e  livre-se do trambolho. Aquela cama? Sinto em dizer, fofa, mas a babá é você! Creio eu, você já deve ter onde dormir e no final das contas, acabamos arrumando um lugarzinho para o bebê no nosso quarto mesmo e aquela cama só ocupa espaço e suja lençol.
Pense muito bem no que vai gastar, afinal, não queremos criar filhos materialistas e superficiais que se preocupam tanto com o que têm. Filho é um troço caro, logo essa economia vai para algo mais importante e realmente necessário.

12. Saiba pedir ajuda
Quando o bebê nasce pensamos que está sobre nossos ombros a responsabilidade de cuidar e saber de tudo o que querem e precisam. Não! Não nascemos sabendo como cuida de uma criança! Não tenha vergonha de perguntar como fazer, de confessar que está cansada e precisa de ajuda. Pai não é mero ajudante, ele é parte importante neste processo e tem deveres compartilhados com a mãe. Portanto, saiba delegar as funções, pedir arrego na hora do desespero. O peso e responsabilidade não precisa estar apenas nas suas costas.

13. Passe para os seus filhos o que tiver de melhor.
Acho tão bonito pais fãs do Beatles que ensinam seus filhos a ouvirem também e serão futuros fãs, coisa que aproxima, cria empatia, um relacionamento gostoso e leve com os pais. Se tem um hobby, envolva os filhos. Se gosta de ler, ensine-os a gostar também. Pratica esportes? Que legal seria envolvê-los e fazê-los apaixonados pelo o que você também é! Uma banda, um time do coração, algum ritual bacana em datas comemorativas... Tão lindo isso!
Aqui em casa meu marido é torcedor fanático do Fluminense. Samuel, Bernardo e Luiza desde cedo aprenderam a cansar "nense!" e vão ao estádio mesmo quando ainda estavam na minha barriga. Minha mãe cozinhava muito bem e me envolvia neste processo. Hoje em dia, já posso envolver meus filhos também e eles adoram!

14. Invista em você!
Cuide-se! Na ida ao shopping, compre algo bonito para você, no supermercado, compre o que você gosta de comer também. Não se sinta culpada por estudar, trabalhar fora, dedicar-se a um a projeto só seu, que não envolve os filhos. Continuo afirmando e sempre afirmarei que mães felizes, seguras de si e realizadas, fazem os filhos ainda mais felizes.

15. Divirta-se.
Brinque junto, ensine-os brincadeiras da "sua época" e caia na farra também! Quem disse que maternidade tem que ser chata? Dá para brincar, se divertir também! Adoro brincar com os meninos de pique-esconde, danço e canto junto. Parecemos uma família de loucos quando toca nossas músicas preferidas e nem sempre é infantil, viu? Mas eles caem na bagunça! E nos divertimos! Sozinhos em casa, sem motivo nenhum nem data comemorativa... Apenas nos divertimos! E isso me faz uma mãe mais feliz, mais leve e mais tranquila. Quando vemos a maternidade não apenas como sacrifício e esforço, as coisas ficam mais fáceis e o dia a dia mais gostoso de levar.

Maternidade é um aprendizado constante. O que pensamos saber hoje, cai por terra amanha. Cada criança é única. Mesmo criados de maneiras parecidas, como os meus três daqui, eles tem personalidades que divergem entre si, reagem de maneiras diferentes pelas mesmas situações que passam. Isso vale para as mães também. O que é bom para mim, não quer dizer que será para você. Pondere e analise com calma o que te faz bem e se encaixa na sua vida. O importante em tudo isso é ser feliz, inspirar os filhos a serem felizes!

MARISA MONTE - O QUE VOCÊ QUER SABER DE VERDADE

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