Normalmente venho conversar sobre coisas que sei ou pelo menos que eu penso que sei. Sempre tenho uma dica, novidades, alguma reflexão sobre assuntos pertinentes, mas hoje não. Hoje eu não sei de nada! Só dúvidas, aquela famosa pulguinha atrás da orelha.
Já ouvi falar e sofri na pele através dos meus filhos, da crise dos dois, ouvi falar da crise dos três, eu mesma já passei pela crise dos 12, dos 15, dos 21, atualmente tenho passado pelo crise dos 30 - ou quase isso - e estou na expectativa - mal posso esperar (sqn!) - pela crise dos 40 e 50. Depois acho que ninguém entra mais em crise, a gente se acostuma com as mudanças e liga o botão do "tô nem aí", para não usar um termo muito chulo que conheço. rs!
O fato, no entanto, é que eu nunca havia ouvido falar da crise dos 6. Digo isso por que o Samuel está passando por mudanças que eu até o momento desconhecia. O menino doce e tranquilo tem se mostrando mais cri cri que a Luiza! E olha que ela é demais, hein? Tudo o que falamos ou contestamos é motivo de briga ou chilique dignos de criança de 2 anos. Outro dia, me neguei a dá-lo biscoito próximo à hora do almoço e ele simplesmente deitou no chão e esperneou.
- O quêêêê?? - Disse indignada. - Haaa não, Samuel! Você está velho demais para isso. Não acha que está ridículo demais não, filho? Você já viu algum amiguinho seu fazendo algo do tipo? É coisa de criança de 2 anos, de bebê Levanta agora e nunca mais faça isso!
Acho que ele ficou envergonhado do que estava fazendo. Eu não sei se usei uma boa estratégia, mas no calor da susto, não pensei nas palavras e em como dizê-las da melhor forma, apenas disse. Até hoje, ele não repetiu o feito. Pode ser também que o castigo que empreguei pela pirraça também tenha dado efeito. O deixei sem computador, que ele só pode mexer no final de semana. Pode ser isso, não sei.
De algumas semanas para cá, tudo é motivo de chilique. O meu problema não é a contestação, que na minha opinião é sinal de inteligência e bastante válida, afinal, não sou a dona da verdade. Pais também erram, fazem pedidos absurdos e às vezes, descontam o estresse nos filhos. Muitas vezes, peço algo e depois peço outra coisa e ele responde que está ocupado fazendo algo que eu já havia pedido. Normal. Isso não é "responder" - como diziam os mais velhos. Isso é informar! Como disse, o meu problema não está nisso. O meu problema está em contestar tudo. Se coloco comida no prato, diz que não quer comer, se mando dormir, diz que não está com sono - mesmo quando está -, se peço para fazer alguma coisa, me ajudar a juntar os brinquedos, por exemplo, diz que não quer, que está cansado. Nossa! Isso me mata! Não quero criar filhos acomodados e reclamões. Me preocupa o fato de não poder falar nada, nadinha de nada, que tudo vira motivo para sair batendo a porta. Como assim, minha gente? Por que logo agora? Será que aconteceu algo que o fizesse pensar que podia algo que nunca aceitamos?
Bom, talvez ele esteja descobrindo sua real personalidade, suas preferências ou apenas "retestando" os limites que demos à ele. Mas infelizmente - ou felizmente - ele tem pais bastante teimosos que não arredam o pé de suas convicções. Aqui não tem espaço para rapazes machistas, acomodados, folgados ou reclamões. É claro, sempre há algum traço dessas características em um ou outro, inclusive em mim mesma, mas nunca em sua totalidade e nunca incentivado para que se torne rotina ou modo de vida. O bom em tudo isso, são as conversas que tenho com ele. Percebo o quanto o meu filho é inteligente e nada fácil de convencer, outro traço que amo, já que na vida haverão muitos contando histórias furadas e às vezes um pouco de teimosia nos tira ou evita certas enrascadas. Dá para ficar horas conversando com ele, perguntando, argumentando. Tão bom!
Alguém mais passando pela mesma coisa? Alguma psicóloga para nos dar a luz do seu conhecimento? rs!
Beijos!!
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