Porém, em momentos assim, me esqueço o tamanho da bênção que é se mãe, foco nos meus afazeres, no cansaço diário, na frustração de muitas vezes não conseguir seguir o caminho que realmente desejava seguir e me torno uma mãe estressada, carrancuda, brava e briguenta, assim, sem motivo algum. Sem querer desconto neles o fruto das minhas escolhas, como se não soubesse que eram exatamente com esses frutos que eu seria "agraciada". Tudo na vida é feito de escolhas e à partir delas, vem o resultado. No momento que decidimos seguir certo rumo, devemos calcular os frutos, os sacrifícios e as glórias que virão dessas escolhas. Convenhamos, somos adultas, sabemos muito bem onde cada escolha nos levará, mas teimamos em achar injusto ou mal calculado. Esse meu vitimismo me irrita, às vezes. Se tenho motivo para reclamar? Claro! Não é nada fácil seguir em frente. Se posso? Sim! Tenho esse direito. Preciso descontar nas pessoas que amo o fruto das minhas escolhas? Não, isso eu não preciso e nem devo.
O dia a dia não nos deixa ver com tanta clareza e dia desses, me vi sendo uma péssima mãe e pior, me esquecendo o quanto sou abençoada em tê-los por perto, por ter gerado uma vida e do prazer de fazê-los pessoas incríveis, como realmente são.
Depois de uma manhã estressante, brigando por motivos tolos, me vi sentada no sofá chorando, sentimentos aflorados e em carne viva. Não conseguia mais conter as lágrimas, não era capaz de estancar o "sangramento". Abri meus olhos e bem na minha frente estava a Luiza, com os olhinhos penetrantes que pareciam enxergar minha alma. Ela passou a mão no meu rosto, arredou as lágrimas e olhando fixamente para meu rosto disse:
- Menina linda! - E sorriu.
Sorri, por que não cabiam mais lágrimas. A felicidade era tanta com a doçura da minha flor e a delicadeza em perceber o quanto precisava de um chamego, que só consegui sorrir, gargalhar, na verdade. Bernardo foi chegando perto e ele, que fala tão pouco disse:
- Amo a mamãe. - E me deu um cheiro.
Sozinha na sala com os meus dois pequeninhos, abri o máximo que pude os braços e fiquei ali brincando de cócegas, pensando o quão estúpida sou em me torturar com sentimentos ruins. Não aproveitar a boa companhia que tenho, enquanto ainda são pequenos e ainda cabem no meu colo.
Fonte: arquivo pessoal |
É claro! A maternidade aqui não é colorida e nem essa que vos fala, mãe perfeita. Contudo, como eu gostaria de levar tudo com mais leveza e por mais tempo! E olha, que eu sou dessas que bate bem nesta tecla, me policio e procuro seguir o caminho mais tranquilo, mesmo assim, às vezes me pego assim, triste, carregando o mundo nas costas e pior, descontando nos meus filhos a dor que esse peso me trás.
Depois disso, daquele chamego gostoso, da lição que aprendi com meus bagunceiros, passei a tarde de folga, brincando com eles. Assistimos desenho, dançamos, brincamos, rimos bastante. Dane-se a casa para arrumar, quem precisa de uma resposta urgente, a cabeça quente pelos problemas que ainda não tenho solução. Dane-se tudo isso! O hoje é o que me importa e ele é brindado à base de muita risada.
Surpreenda-se com a angelicalidade dos seus filhos! Permita que eles cumpram sua missão de trazer alegria, de nos fazer realizadas, mulheres completas e felizes.
0 comentários: